- Eu lembrei do quadro que eu vi na sua sala hoje quando eu cheguei – ela falou admirada
- O que tem ele ? – falei – e Qual deles ? – é essa era um boa pergunta, na minha sala tinha um monte de quadro, todos em uma espécie de mesa, pois não tinha mais lugar pra pendurar, iria ficar feio, muitas cores, que não combinariam.
- Aquele que você pintou do Luan – eu olhei pra ela como se falasse “qual?” – aquele que ele ta mandando beijo com dois dedos na boca, sabe qual?
- Ah, sei, valeu, aquele eu demorei um tempo pra pintar – nós rimos, fomos escutando One Last Bread – Creed, até chegarmos na faculdade, a Gi fazia Literatura, então foi pra sala dela e eu para a minha. Nós nos conhecemos de maneira bem estranha. Eu estava meio perdida no primeiro dia de aula, e esbarrei nela, daí ele me ajudou, e a gente de seu bem, no outro dia de tarde, eu estava no shopping Norte-Sul e esbarrei nela novamente, daí nós fomos no bob’s e conversamos bastante, com o tempo acabamos virando melhores amigas.
Entrei na sala e me sentei na 1º carteira da fila da parede no lado direito, é um Vicio, desde pequena sempre sento do lado da parede. Coloquei meu material na mesa e abri meu caderno, fiquei olhando uma das minhas fotos com o Luan, a primeira que eu tirei, quando tinha 14 anos, foi tão bom conhecer ele, ele me fazia tão bem. Fui distraída de meus pensamentos com alguém me chamando, me virei para trás, era o Matheus:
- Oi minha linda, tava no mundo da lua é ? – ele riu – ou melhor no mundo do Luan? - O Matheus era um fofo, loiro dos olhos azuis, tinha um sotaque forte de sul matogrossense, o que deixava ele mais lindo ainda, ele era como um grande amigo meu, vou confessar que nós já namoramos uma vez, só que ele me traiu e isso eu não perdôo, eu fiquei muito mal, mas depois ele pediu desculpas, eu aceitei é claro, mas ele disse uma frase que nunca mais saiu da minha cabeça “eu vou te reconquistar, e você vai ser minha pra sempre, pois só depois que perdemos damos o real valor as pessoas que tínhamos” e ele cumpriu com a promessa, ele sempre foi um amor comigo, e desde a nossa discussão, a quase um ano, ele vêem tentando me reconquistar, mas sei lá, eu não quero voltar, eu sofri demais por causa dele.
- Oi Math, pior que eu tava mesmo – nós rimos – mas eai, tudo bem ?
- Tudo ótimo – ele se sentou em sua cadeira, que era atrás de mim – e você minha princesa, como ta ?
- To cansada, mas to bem – eu sorri, e ele fez uma cara meio de AFF – o que foi Matheus?
- Olha você sabe que eu não gosto dessa história de você trabalhar nessa ONG – O Matheus vem de uma família que prega que todo o trabalho tem que dar lucro, essa coisas, e sempre ta implicando comigo
- Matheus, eu não vou discutir com você DENOVO por causa disso, você sabe que eu gosto disso , que a minha paixão sempre foi artes, e a cima de tudo musica, você sabe melhor que ninguém o quanto eu amo escrever, e compor, que eu passo o meu amor, meus ódios, minhas tristezas e felicidades pro papel ou pra tela e eu não quero abrir mão da ONG que me possibilita fazer as coisas que eu mais gosto
- Mas Manu, você poderia tentar outra coisa, você conhece pessoas de influencia, graças a esses congressos que você vai por causa do jornal você poderia contratar um empresário e investir na sua carreira, e eu estaria sempre ao seu lado – nisso ele já aproximava sua mão do meu rosto – vo sempre te dar a apoio e carinho, sempre que você precisar – disse ele fazendo carinho em meus rosto.
- Olha, eu já disse Matheus, eu não vo sai da ONG, aquilo me faz bem, e outro se eu tivesse passando fome, por causa de não receber tudo bem, mas eu trabalho no jornal, esqueceu? O meu trabalho na ONG, eu faço por amor, por carinho, eu faço por aquelas crianças que se não fosse pela ONG não iriam descobrir grandes talentos, dentro de si mesmo – nisso ele tava me olhando com uma cara de duvida, afinal e todas as nossas conversas eu nunca tinha falado os motivos do porque de trabalhar lá.
Eu me virei pra frente, o professor estava entrando na sala, eu prestei atenção na aula, e não falei mais com o Matheus, na hora do intervalo fui comprar um suco de maracujá natural e geladinho, depois eu encontrei a Gi conversado com um professor, cheguei e cumprimente-os
- Essa é a Manu professor, aquela menina a qual lhe falei na ultima aula, - ele me olhou com uma cara de surpresa
- Gilvani, Gilvani, o que você falou de mim para o seu professor –
Meu Deus não vou negar, ele era lindo, meio grisalho, meio novo, meio velho, (estilo Dalton Vigh).
Meu Deus não vou negar, ele era lindo, meio grisalho, meio novo, meio velho, (estilo Dalton Vigh).
- Não se preocupe Manuella, a sua amiga me falou muito bem de ti, e de seus textos, bom eu sou professor de literatura dela, e bom eu gostaria de pedir para que me mostrasse seu livro.
- Me..meu livro? – eu me engasguei com o suco
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